(a música demora um cadinho pra começar, mas ela começa rsrs)
Se você me perguntasse qual foi a coisa que eu mais busquei desde a minha conversão e pela qual eu mais esperei, eu responderia sem rodeios: ver os olhos de Jesus. Desde o dia em que abri o meu coração para que Ele lá habitasse, e então me apaixonei perdidamente por sua graça, anseio por isso. De maneira bem egoísta, eu só queria ver. Só os olhos, só… É claro que essa não era a única coisa pela qual meu coração ardia (eu, na verdade, sou cheia de sonhos em Deus), mas é como se nos momentos em que eu e Ele estávamos juntos, essa era a coisa pela qual o meu coração mais pedia.
Não que eu precisasse disso para sustentar a minha fé ou coisa parecida, mas eu precisava ver, nem que por 2 ou 3 segundos. Ainda existem muitas coisas pelas quais o meu coração anseia, mas hoje eu venho aqui pra te contar como foi essa experiência.
Não foi algo que eu esperasse (Paizinho tem essa característica de surpreender quando menos esperamos, e eu amo), mas nós estávamos no meu quarto. Lembro-me muito claramente de colocar a playlist orvalho pra tocar (uma das minhas favoritas) e, no momento em que me vi pulando feito maluca ao som de “Keep me a Child” ter pensado “eu acho que preciso ir no espelho do banheiro”.
“Keep me a Child, God, keep me a child! I want to rely on you like a doughter would!” (Me mantenha uma criança, Deus, me mantenha uma criança! Eu quero confiar em você como uma filha o faria!)
Cantava essa estrofe me sentindo num parquinho com Deus. Pulava em volta da minha cama e sorria de felicidade, mas “eu acho que preciso ir no espelho do banheiro” foi um pensamento que me soou meio esquisito pro momento, mas okay. Peguei a caixinha de som e fui. Meu banheiro, além do espelho que fica em cima da pia (como na maioria dos banheiros) tem um outro espelho, um de corpo inteiro. Coloquei a caixinha sob a pia e me sentei na frente deste, e foi aí que tomei um susto: eu vi os olhos de Jesus lá.
Assustada e relutante disse “naaaaah, não pode ser” mas voltei a fitar o reflexo, e lá estava Ele. Todo o lugar se apagou, eu fitava os meus olhos mas nos meus só via a Ele. De maneira muito simples compreendi um “eu sempre estive aqui”. Me perdi. Não conseguia parar de chorar. Ele me ouviu. Ele estava em mim. Não eu, Ele.
You healed these wounded eyes so I could see that I’m not this tainted world’s image of me. When I lost my way You scout the earth for me, You died and rose again to set me free… Yeah You hear me, yeah You hear me, yeah You hear me, yeah You hear my cries!
(Você curou esses olhos feridos, e posso ver que não sou essa imagem estragada que o mundo fez de mim. Quando perdi o meu caminho você desbravou o mundo para mim. Você morreu e voltou para me fazer livre… Sim, você me ouviu, me ouviu, me ouviu, ouviu o meu clamor!)
Fiquei cerca de dez minutos olhando pra Ele e só conseguia dizer “eu te amo, eu te amo, eu te amo”. Via seu sorriso e uma pontinha do seu amor, e só foi preciso essa pontinha pra que eu me proibisse, mais uma vez, de me afastar um segundo sequer da sua presença. “Eu te amo, eu te amo, eu te amo”. Meu rosto ainda era o meu, mas o meu coração sabia que os olhos do reflexo era Dele. Do meu pai. Ter a certeza de que o próprio Deus vive em mim, me fez ter noção de que preciso honrá-lo cada dia mais e mais. Essa percepção veio no momento certo, então agradeci.
“Eu te amo, eu te amo, eu te amo”.